Agricultoras e agricultores familiares da comunidade Algodões, no município de Nazaré do Piauí, serão beneficiados com projetos produtivos do programa Piauí Sustentável e Inclusivo (PSI). O investimento será de R$ 300 mil para a implementação de quintais produtivos, contemplando 37 famílias. A comunidade é reconhecida por ter sido o local onde viveu Esperança Garcia, mulher escravizada considerada a primeira advogada do Brasil, por ter denunciado ao Estado do Piauí as violências praticadas por fazendeiros da região.
Durante visita no local, técnicos da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) reuniram-se com os moradores para detalhar o projeto e identificar as características da produção local. Entre as principais atividades destacam-se a criação de galinhas, carneiros e suínos, além do cultivo de hortaliças e frutas.
Segundo a técnica da SAF, Edinalva Costa, a demanda por quintais produtivos partiu dos próprios agricultores. “Fizemos um reconhecimento daquilo que eles propuseram na Carta Consulta, avaliando potencialidades e desafios enfrentados pelas famílias. Trata-se de uma comunidade histórica, onde nasceu Esperança Garcia. E, assim como outras comunidades, Algodões necessita de atividades inclusivas e estruturantes, tanto no acesso à água quanto na produção e organização social”, destacou.
A jovem agricultora Shaiane Alves, representante da Associação dos Pequenos Produtores da Comunidade Algodões, reforçou a importância da iniciativa. “Nosso acesso à água ainda é restrito. Temos criações que poderiam ser ampliadas e, com esse projeto, a equipe vai trazer conhecimento e apoio para que possamos crescer cada vez mais”, afirmou.
Piauí Sustentável e Inclusivo (PSI)
O projeto é estruturado em três componentes principais, além da Gestão de Projetos e Monitoramento. O primeiro componente foca em segurança hídrica e saneamento rural, visando aumentar a disponibilidade de água e melhorar o saneamento básico rural.
O segundo componente concentra-se em adaptação às mudanças climáticas e recuperação ambiental, promovendo planos de adaptação produtiva, transferência de tecnologias e fortalecimento de cooperativas.
O terceiro componente abrange capacitação, estudos técnicos e ambientais, além de experiências-piloto para inovação tecnológica em áreas rurais, visando fortalecer as capacidades no estado com treinamentos, promoção de intercâmbios, gestão do conhecimento e o monitoramento do projeto.
O projeto é uma ação conjunta entre as secretarias da Agricultura Familiar (SAF), do Planejamento (Seplan) e do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), além do Instituto de Terras do Piauí (Interpi). O objetivo é atender 60 mil famílias em 138 municípios de sete territórios, tendo um investimento total de R$ 147 milhões, com recursos financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Fundo de Investimento para o Desenvolvimento da Agricultura (Fida) e o Governo do Piauí.