As vendas do comércio varejista baiano cresceram 0,8% no mês de julho de 2025, frente ao mês imediatamente anterior. Em relação a igual mês do ano anterior, a taxa de crescimento foi mais expressiva (2,7%). Já o varejo nacional manteve estabilidade frente a junho (-0,3%) e expansão de 1,0% na comparação interanual. No acumulado do ano, a Bahia e o Brasil registraram crescimento de 0,9% e 1,7%, respectivamente. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados no estado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
A expansão das vendas no sazonal (julho/junho) pode ser atribuída ao comportamento do consumidor, que, ao direcionar parte dos seus recursos para quitação de dívidas, consequentemente, deixa de estar negativado juntos as instituições de avaliação de crédito. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Fecomércio-BA, em julho/2025, a taxa de famílias com contas em atraso apresentou leve recuo, passando de 24,0% para 23,8%, percentual também inferior aos 25,6% registrados no mesmo mês em 2024. Essa informação reforça a percepção de que o emprego continua promovendo condições de acesso ao crédito, apesar do seu encarecimento em razão da alta taxa de juros, e de que, além do consumo, o crédito está sendo utilizado para o ajuste das contas domésticas.
No resultado mensal (comparação interanual), o crescimento das vendas pode ser atribuído a uma menor pressão dos preços e ao aumento de acesso ao crédito. De acordo com a Fecomércio, apesar de, na comparação anual, pelo décimo mês, se verificar redução da intenção de consumo, o recuo observado foi em menor variação. Mesmo com quedas, o indicador se mantém acima do nível de otimismo (101,4 pontos sem ajuste sazonal e 103,2 pontos com ajuste). Na comparação com 2024, o componente de Acesso ao Crédito apresentou expansão de 3,3%, resultando num impulsionamento das compras a prazo.
Na análise das atividades, observa-se que a expansão verificada nas vendas na comparação com o ano passado foi resultado do comportamento dos segmentos de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,2%), Combustíveis e lubrificantes (3,8%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,3%). As razões para a contribuições desses segmentos podem ser apontadas para o fato do primeiro comercializar bens essenciais a manutenção da saúde do consumidor, do segundo possuir o maior peso na análise do indicador, e assim como o terceiro ter sido influenciado pelo comportamento dos preços ao registrar deflação.
No comércio varejista ampliado, que inclui o varejo restrito e mais as atividades de Veículos, motocicletas, partes e peças, Material de construção e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, as vendas na Bahia tiveram expansão de 2,2%, em relação ao mês imediatamente anterior. Na comparação a igual mês do ano de 2024, houve recuo de -1,4%, resultando em taxa de - 2,2% no acumulado do ano.
O movimento mensal do indicador no ampliado foi influenciado pelas atividades Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo e Material de construção, que registraram variações negativas: -23,1% e -2,1%, respectivamente. Em contraposição a veículos, motocicletas, partes e peças que, em julho, expandiu as suas vendas em 3,8%.
Fonte: Ascom/SEI