Entre memórias, aplausos e o brilho do protagonismo estudantil, o Colégio Estadual da Bahia Central celebrou, nesta sexta-feira (12), os 188 anos de sua fundação. Reconhecida como a mais antiga escola pública da Bahia, a instituição transformou seu aniversário em um verdadeiro encontro de gerações, marcado por música, teatro, exposições e o orgulho de uma trajetória que segue inspirando o presente e construindo o futuro.

Fundado pela Lei nº 33, de março de 1836, e em funcionamento desde 1837, no antigo Convento de Nossa Senhora da Palma, o Colégio nasceu como Liceu Provincial da Bahia, reunindo 323 alunos em apenas quatro salas e três salões. Criado em meio à efervescência política da Regência e logo atravessado pela Sabinada, da qual participaram cinco dos seus primeiros treze professores, o Liceu surgiu com a missão de organizar e centralizar o ensino secundário, antes disperso nas chamadas “aulas maiores e menores”. Ao longo do século XIX, enfrentou crises e quase chegou à falência, até se reestruturar na República, quando passou a se chamar Ginásio da Bahia. Reconhecido por seu bacharelado em Ciências e Letras, formou gerações de oradores, intelectuais e líderes políticos, tornando-se referência nacional em ensino público. Em 1942, após a Reforma Capanema, ganhou o nome atual de Colégio Estadual da Bahia Central, consolidando-se como símbolo da educação baiana.

Mais do que uma instituição de ensino, o Central carrega resistência e renovação em sua trajetória de 188 anos. Dele saíram nomes que marcaram a vida política e cultural do país, de Carlos Marighella a Glauber Rocha, passando por quadros do movimento estudantil. Ao mesmo tempo em que reflete a política educacional de cada época, o colégio nunca deixou de dialogar com o espírito contestador e transformador de seus estudantes e professores, fazendo de sua história um espelho vivo das lutas sociais e culturais da Bahia.

Para a professora de História, Déborah Kelman, participar das comemorações tem um significado especial. “Como docentes, sentimos orgulho e pertencimento em celebrar cada aniversário do Central, a escola mais antiga da Bahia. É uma honra fazer parte de uma instituição com uma trajetória tão rica e significativa. Nosso colégio, que nasceu em 1836 e começou a funcionar em 1837, carrega uma história magnífica”.

Um dia de festa e expressão estudantil

As comemorações reuniram apresentações musicais, teatrais e de coral, além de momentos de inclusão com a participação de estudantes que se expressaram em Libras. A criatividade também ganhou destaque com a exposição de roupas confeccionadas a partir de materiais recicláveis e com mostras de projetos científicos desenvolvidos no clube de ciências ORBITZ. Cada atividade reforçou a força da comunidade escolar e a importância da valorização do protagonismo dos estudantes.

Tailane Eduarda Almeida, 18 anos e aluna da 3ª série, destacou a alegria de participar das atividades. “Nosso coral surgiu a partir da equipe Aroeira, na gincana da Criascola, e escolhemos a música por abordar natureza e sustentabilidade, temas que a escola nos pediu. Foi muito especial participar do aniversário do Central, algo que significa muito para nós estudantes. Nossa apresentação hoje foi ótima e emocionante”.

Já a estudante Amandah da Silva Félix, 17 anos, aluna da 2ª série, que apresentou o projeto “Uso de Caixas e Bulas de Remédio como Insumos para Construção de Atividades Pedagógicas sobre Automedicação e Descarte de Medicamentos”, ressaltou como a escola representa um espaço de pertencimento e construção de sonhos. “ Celebrar o aniversário do Central nos faz lembrar de todas as histórias que passaram por aqui e reforça a importância de uma educação de qualidade para todos”.

Fonte: Ascom/SEC