Fotos: Jorge Magalhães
As comemorações pelos 192 anos de emancipação política de Feira de Santana ganharam um cenário especial no Casarão dos Olhos d’Água, espaço que preserva as origens da cidade. A celebração, realizada nesta quinta-feira, 18 de setembro, reforçou o simbolismo do local, onde viveram Domingos Barbosa de Araújo e sua esposa, Ana Brandoa, casal fundador do município e proprietários da antiga Fazenda Sant’Anna dos Olhos d’Água. A partir das terras do casal, a cidade começou a se desenvolver, transformando-se na grande Feira de Santana de hoje.
A visita ao casarão reuniu estudantes, autoridades e comunidade em uma celebração que uniu memória e cultura. Crianças de escolas particulares foram protagonistas da festa. Os estudantes apresentaram o Hino de Feira de Santana e expôs maquetes produzidas pelos alunos, que retratam desde lugares históricos até pontos atuais da cidade.
Outro destaque foi a revitalização do tradicional carrinho de Noratinho da Pamonha - símbolo da cultura popular de Feira. Durante o evento, artistas plásticos iniciaram a pintura do material de trabalho do comerciante diante do público, transformando a restauração em um espetáculo.
A homenagem relembrou a trajetória de Honorato Alves, o eterno Noratinho da Pamonha, que marcou gerações de feirenses com seu canto característico pelas ruas da cidade. Filho de ex-escravos e nascido no distrito de Humildes, Noratinho viveu 111 anos e se destacou como vaqueiro, agricultor e vendedor de pamonhas, sendo reconhecido em vida como símbolo da cultura popular de Feira. Mais que um comerciante, tornou-se parte da identidade cultural do município, inspirando poesias, charges e músicas.
Durante a visitação, o prefeito José Ronaldo de Carvalho destacou a importância do espaço histórico. “Tudo começou por aqui. Tive o prazer de reconstruir o Casarão dos Olhos d’Água. Hoje ele é um dos principais guardiões da memória de Feira, um lugar onde a nossa história é contada e revivida. Preservar esse casarão é fundamental para que as futuras gerações conheçam suas raízes e valorizem a cidade em que vivem”, afirmou.
Somente em agosto, cerca de cinco mil pessoas passaram pelo casarão, muitas delas estudantes. Em setembro, o número já ultrapassa quatro mil visitantes, confirmando o interesse da população em se reconectar com o passado.
A celebração no Casarão dos Olhos d’Água reforça que o futuro de Feira de Santana se constrói com base na valorização de sua história. Manter vivas as lembranças do município é garantir que cada geração compreenda e se orgulhe do legado que deu origem à “Princesa do Sertão”.