A Rede Municipal de Atenção Psicossocial de Alagoinhas é composta pelo Centro de Atenção Psicossocial – CAPS III Tom Brasil e o Ambulatório de Saúde Mental (em funcionamento dentro da Policlínica), dentro outros serviços de assistência. Além disso, a Prefeitura de Alagoinhas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), informa que os usuários podem acessar o atendimento especializado através da Rede de Atenção Primária à Saúde, demanda referenciada de outros equipamentos ou mesmo espontânea, a depender da situação.
“Os casos mais graves são atendidos no CAPS III, com toda a rede de apoio necessária. É porta aberta e recebemos também os usuários encaminhados pelos demais fluxos da rede pública. Os casos moderados são atendidos, preferencialmente no Ambulatório de Saúde Mental. Já os casos mais leves podem ser tratados na Atenção Básica, ou seja, nas Unidades de Saúde. A rede é estruturada por níveis de complexidade do adoecimento psíquico. Todos esses equipamentos devem estar preparados para as abordagens em saúde mental”, explica o coordenador municipal de saúde mental de Alagoinhas, Moacir Lira.
Segundo o coordenador, atualmente cerca de quatro mil usuários estão cadastrados no CAPS III, enquanto no Ambulatório de Saúde Mental esse número chega a nove mil. “Esse quantitativo refere-se às pessoas cadastradas, e não necessariamente às que estão em atendimento multidisciplinar neste momento. Cada caso é particular, depende do Projeto Terapêutico Singular (PTS). Temos usuários do CAPS que frequentam diariamente, participam das atividades terapêuticas e do acompanhamento multiprofissional”, acrescenta.
Moacir também destaca que o CAPS III funciona 24 horas, incluindo leitos de acolhimento noturno, para pessoas que necessitam de cuidado contínuo e manejo de crises agudas. “No CAPS oferecemos acompanhamento psiquiátrico e psicológico, além de terapia ocupacional, serviço social, grupos e oficinas terapêuticas, assistência farmacêutica, dentre outros dispositivos de cuidado. É um fluxo dinâmico: alguns usuários saem do CAPS III e passam a ser atendidos pelo Ambulatório, ou deste para as Unidades de Saúde da Família”, explica.
Setembro Amarelo
Sobre o Setembro Amarelo, mês da prevenção ao suicídio, quando as ações de cuidado com a saúde mental ganham destaque em todo o Brasil, o coordenador pontua que as atividades em Alagoinhas acontecem durante todo o ano. “Temos ações permanentes, não apenas em setembro. Realizamos o CAPS Itinerante, articulação com as Unidades de Saúde, rodas de conversa e sensibilização de profissionais, sempre abordando a valorização da vida. Estamos agendando atividades na zona rural, em comunidades quilombolas e associações de bairro. Trabalhar com saúde mental é de janeiro a janeiro, não ficamos restritos a um mês”, frisa.
Moacir enfatiza que a Rede Municipal de Atenção Psicossocial de Alagoinhas é orientada pela Reforma Psiquiátrica e pela Luta Antimanicomial. “Prezamos pelos cuidados em liberdade, garantindo mais autonomia às pessoas em sofrimento psíquico ou com transtornos mentais”, afirma.
O secretário da Sesau, Virgínio Pereira, reforça que a Prefeitura de Alagoinhas vem priorizando o acolhimento aos pacientes com transtornos mentais. “Este é um mês de sensibilização, em que buscamos dar visibilidade a essa importante causa que é o suicídio. Trata-se de um problema crescente em nossa sociedade, muitas vezes resultado das novas formas de relação social. Nos últimos 40 anos, o mundo mudou suas interações. Hoje, as doenças mentais estão entre as principais causas de morbidade na saúde pública. Em Alagoinhas, estamos cuidando dos aspectos da saúde mental de maneira geral. O CAPS ampliou suas ações e, em breve, vamos inaugurar um novo prédio, mais moderno, para melhor acolher os pacientes. Também disponibilizamos o Ambulatório de Saúde Mental, que hoje funciona na Policlínica, mas em breve terá espaço próprio, com especialistas para atendimento a jovens e adultos, em equipe multiprofissional”, afirma.
O secretário acrescenta que a Sesau, através de seus profissionais especializados, vem ampliando as ações para além do ciclo ambulatorial. “Nossas equipes estão sempre em deslocamento, não apenas dentro do CAPS e do Ambulatório, mas também atuando em escolas, empresas, associações e outros espaços sociais. Discutimos essas temáticas que não podem ser negligenciadas, para que, ao primeiro sinal de alerta, as pessoas possam ser encaminhadas para a Rede de Atenção à Saúde. Todo esse empenho tem contribuído positivamente para sensibilizar a população sobre a importância do tema”, finaliza.