No Dia da Árvore, celebrado neste domingo, 21 de setembro, o Piauí mostra ao Brasil que preservar não é apenas uma escolha — é uma necessidade urgente e um caminho de futuro. O estado abriga uma flora exuberante e diversa, marcada por espécies que aprenderam a sobreviver em diferentes biomas: caatinga, cerrado, mata atlântica e a singular mata dos cocais.
São 56 espécies arbóreas nativas com potencial apícola, distribuídas em 18 famílias botânicas. Algumas delas carregam símbolos e histórias: o caneleiro, árvore que é marca de Teresina; o juazeiro, resistente guardião do semiárido; o babaçu, que sustenta milhares de famílias; e o cajueiro, tão presente na vida e na economia do Piauí. E quem nunca viu pelas ruas e avenidas os lindos Ipês.
Mas não se trata apenas de biodiversidade. É também de política pública — e, nesse ponto, os resultados são impressionantes. Entre 2022 e 2025, o desmatamento ilegal caiu 74%. Um avanço conquistado com tecnologia, monitoramento por satélite, fiscalização rigorosa e processos digitais que tornaram a gestão mais eficiente.
A gerente de gestão florestal da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Anna Ester, reforça a importância desse marco. “Não estamos falando de números frios. Cada hectare preservado significa mais água, mais sombra, mais alimento para a fauna, mais vida. Essa redução só foi possível porque o estado assumiu a proteção da floresta como prioridade”, destacou a gestora.
Se combater o desmatamento é essencial, recuperar áreas degradadas é igualmente urgente. É isso que move o Programa ProVerde Piauí. Em 2024, foram distribuídas quase 880 mil mudas; em 2025, a meta é chegar a 1 milhão. O projeto já alcança mais da metade dos municípios e se prepara para chegar a todos.
O secretário da Semarh, Feliphe Araújo, resume o espírito dessa iniciativa. “Plantar árvores é plantar futuro. O ProVerde é mais do que reflorestamento, é um movimento que une escolas, comunidades e cidades inteiras em torno de um mesmo objetivo: regenerar o que foi perdido e garantir qualidade de vida para as próximas gerações”, pontuando que a meta do programa é distribuir mais de quatro milhões de mudas frutíferas e árvores nativas até final de 2026.
Essas árvores são muito mais que paisagem. No semiárido, 67% das espécies nativas florescem durante a seca, sustentando as abelhas que mantêm a polinização e garantem a produção de alimentos. A natureza encontrou um jeito de se equilibrar em meio às adversidades — e cabe a nós aprender com ela.
O Piauí já é reconhecido como referência nacional: preserva uma das maiores áreas de Mata Atlântica em estágio avançado de conservação e exerce papel estratégico no cerrado, um dos biomas mais ameaçados do país e vital para a regulação do clima e da água.
As metas são ousadas: reduzir ainda mais o desmatamento ilegal, manter o ritmo de reflorestamento e consolidar corredores ecológicos que conectem áreas protegidas. Mas o recado deste Dia da Árvore é simples: não há futuro sem floresta. O que o Piauí ensina ao Brasil é que preservar é possível, regenerar é urgente e conviver com a natureza é a única maneira de garantir prosperidade para todos.