O Dia Nacional de Defesa da Fauna, celebrado nesta segunda-feira (22), foi marcado no Piauí por uma ação simbólica e concreta de proteção à biodiversidade: a reintrodução de 26 animais silvestres em áreas de soltura cadastradas nos municípios de Caxingó e Buriti dos Lopes. Entre as espécies devolvidas à natureza, o destaque foi para um veado-catingueiro, animal considerado vulnerável e sob ameaça de extinção em várias regiões do Brasil.
O exemplar macho havia sido entregue voluntariamente por um cidadão ao Batalhão da Polícia Ambiental em Parnaíba, no dia 11 de abril de 2025. Após 160 dias de reabilitação, no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), sob monitoramento de biólogos e veterinários, o animal foi considerado íntegro, saudável e em condições de retornar ao habitat natural.
A gerente de fauna e proteção animal da Semarh, Danielle Melo, ressaltou a importância da data e da soltura. “Cada animal devolvido ao seu ambiente representa uma vitória contra o tráfico e a caça ilegais, crimes que ainda ameaçam gravemente nossa fauna. O veado-catingueiro é um símbolo de resistência e sua reintrodução reforça nosso compromisso em garantir que espécies ameaçadas continuem a habitar o Piauí,”, disse.
Além do veado, foram libertados na ação aves e répteis, como chicos-pretos, bigodes-de-coleira, golinhos, pêgas, garibaldis, caburé-de-orelhas, gavião-carijó, tucano-toco, jabuti-tinga e corujas-suindara. Apenas em 2025, já são 102 animais silvestres reabilitados e reintroduzidos na natureza pela Semarh.
O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Feliphe Araújo, destacou o caráter educativo e estratégico da ação. “A soltura de animais reabilitados mostra à sociedade que o poder público atua de forma técnica e responsável, mas também reforça a mensagem de que todos nós temos um papel na defesa da fauna. Denunciar crimes ambientais e apoiar ações de conservação são atitudes que ajudam a proteger o futuro da nossa biodiversidade”, pontuou.
O processo de reintrodução segue protocolos rigorosos, que envolvem a preparação documental, análise veterinária e comportamental, bem como deslocamento controlado das equipes técnicas. A operação foi realizada em áreas devidamente cadastradas como aptas para soltura, garantindo que os animais encontrem condições adequadas de sobrevivência e adaptação.